As instalações da sua igreja são provavelmente o ativo mais subutilizado, permanecendo vazias durante a maior parte da semana.
Aproveitar o seu espaço nos dias úteis para a comunidade pode não só permitir-lhe conhecer pessoas que nunca participariam num culto, como também satisfazer uma das necessidades psicológicas mais importantes do ser humano.
Os sociólogos chamam a estes locais de encontro “terceiros lugares”. Não são a casa (primeiro lugar) nem o trabalho (segundo lugar), mas espaços onde as relações acontecem naturalmente — cafés, bibliotecas, parques. As suas instalações podem tornar-se nesses lugares, moldando a vida comunitária e construindo confiança muito antes de alguém assistir a um culto de domingo.
E o melhor: não é preciso transformar a igreja num Starbucks para que isso aconteça.
1. Espaços de Trabalho Conjunto
Desde a Covid-19, muitas pessoas transferiram o seu local de trabalho de um escritório para uma secretária no canto do quarto. Para muitas delas, isso revelou-se extremamente prejudicial para a saúde mental.
Como resultado, houve um aumento dos espaços de trabalho conjunto, como o “ Nós Trabalhamos” e o “ Trabalhador “. Sim, estes oferecem escritórios para arrendar, mas todos têm também a opção de pagar pelo acesso a áreas comuns e reservar uma sala privada quando necessário.
Uma das características mais importantes desses espaços é o seu foco na hospitalidade e na comunidade. Oferecem pequenos-almoços simples (como aveia, cereais ou snacks rápidos), frigoríficos abastecidos com bebidas e eventos sociais onde os utilizadores podem conviver e criar laços.
Ora, as igrejas já possuem muitos desses recursos! Imagine se aumentasse a velocidade da internet, colocasse algumas cadeiras confortáveis e mesas, e permitisse que as pessoas usassem uma sala de Escola Dominical para uma reunião privada via Zoom quando precisassem.
Poderia até cobrar uma pequena taxa simbólica para cobrir snacks, refrigerantes e café. Estaria a criar um espaço para combater a epidemia de solidão e apoiar pequenos empreendedores.
Quer ver exemplos reais? A White Rock UMC, em Dallas, criou o The Mix, e a Bethesda UMC, e em Asheville, desenvolveu o Haw Creek Commons.
2. Café Pré-Escolar e Espaço Comunitário
Muitas igrejas recebem diariamente famílias que deixam e buscam as crianças no pré-escolar, mas nunca chegam a criar laços com elas.
E se o espaço por onde essas famílias passam fosse transformado num ambiente acolhedor, com boas cadeiras e bom café? E mais, podíamos ter um líder da igreja presente neste local, organizando, por exemplo, um evento com donuts no primeiro dia de aulas, ou convidar um terapeuta familiar local para partilhar dicas rápidas de parentalidade uma vez por mês.
Seria bom ter este espaço longe da área das crianças, num local mais público , o que podia ser o primeiro passo para criar um espaço de convivência comunitária, semelhante a um café local, com uma política simples de “traga o seu próprio latte”.
3. Áreas Comunitárias ao Ar Livre
Muitas igrejas dedicam tempo (e dinheiro) a cortar a relva e a manter os espaços exteriores bonitos. Estas áreas ao ar livre podem ser transformadoras para a comunidade, quando são acessíveis e acolhedoras. Quer se trate de instalar um trilho de gravilha para caminhadas, criar zonas sombreadas com mesas e caixotes do lixo para piqueniques, ou trabalhar com a sua seguradora para abrir o parque infantil à comunidade, estes espaços podem atrair moradores locais e ajudá-los a encontrar comunidade no terreno da igreja.
E talvez até se consiga financiamento para isso. Bolsas como o programa “Our Town” e as parcerias comunitárias da Kaboom, podem ajudar a levar o projeto ao próximo nível, além das oportunidades de apoio financeiro do distrito.
O Impacto do Reino no Ministério Portas Abertas
Abrir as instalações da igreja para a vida comunitária do dia a dia muda a forma como os seus vizinhos a enchergam a igreja..
A igreja deixa de ser apenas um destino dominical — passa a fazer parte do ritmo semanal da comunidade.
As relações começam com um café, um momento de trabalho partilhado ou um projeto de bairro. A confiança cresce. As sementes da fé são plantadas em conversas que talvez nunca aconteceriam num banco da igreja.
O seu edifício não precisa de estar vazio durante a semana. Com hospitalidade intencional e pensamento criativo, pode tornar-se num ponto de referência para a vida comunitária — uma expressão viva e respirante do acolhimento de Deus.
Jeremy Steele é escritor, pensador e empreendedor espiritual que se recusa a desistir do cristianismo. Dedica o seu tempo a apoiar os sonhos da nova geração e a ajudá-la a descobrir caminhos de iluminação espiritual e conexão com Deus. Vive em Arlington, Virgínia, e é pastor associado na Chesterbrook UMC. Saiba mais sobre ele e o seu trabalho em Jeremy-Steele.com.