O ano Cristão inclui seis estações e quatro dias Santos fundamentais: O dia de Natal, a Epifania, a Páscoa e o Pentecostes. O dia de Natal e a Epifania caem sempre na mesma data todos os anos - 25 de Dezembro e 6 de Janeiro, respetivamente - enquanto a Páscoa e o Pentecostes são sempre celebrados aos domingos, sendo as suas datas determinadas pelo calendário lunar.
Cada dia Santo marca uma transição entre estações, e cada estação está associada a uma côr litúrgica que simboliza o espírito da época. Estas côres adornam os santuários e os espaços de culto como lembretes visíveis da jornada da Igreja ao longo do ano Cristão.
Eis um breve olhar sobre cada uma das estações e os dias Santos que as acompanham, começando pelo Advento.
O Advento (época)
O Advento dá início ao ano Cristão, mesmo quando coincide com o fim do calendário secular. Do latim adventus, que significa "vinda", o Advento é um tempo de preparação para celebrar a chegada de Cristo ao mundo.
O Advento começa no quarto domingo antes do Natal, normalmente logo após o Dia de Ação de Graças. Em cada domingo, acende-se uma nova vela na coroa do Advento para representar a esperança, a paz, a alegria e o amor. Na véspera de Natal, uma vela branca central - conhecida como a Vela de Cristo - é acesa para assinalar o nascimento de Cristo.
As cores do Advento são o roxo e, em algumas Igrejas, o azul. O roxo significa penitência e realeza, refletindo tanto a solenidade da época como a vinda do Rei. O azul é frequentemente utilizado para exprimir esperança e antecipação. Embora o Advento seja uma época de celebração, é também um tempo de reflexão e de preparação espiritual.
Dia de Natal (dia Santo)
O Advento culmina com a celebração do nascimento de Jesus no dia de Natal, 25 de Dezembro. De acordo com a tradição hebraica, muitas Igrejas celebram o Natal a partir do pôr do sol de 24 de Dezembro. A maioria das Igrejas Metodistas Unidas realizam cultos na véspera de Natal em vez de cultos separados no dia de Natal - a menos que o dia caia num domingo.
O Natal marca o início da época do Natal. Para muitos, o dia é passado em casa com a família, trocando presentes e partilhando refeições festivas.
Época Natalícia (estação)
A quadra natalícia começa a 25 de Dezembro e prolonga-se por 12 dias, terminando com a Epifania (6 de Janeiro). As cores litúrgicas do Natal são o dourado e o branco, que simbolizam a realeza e a pureza de Cristo.
A véspera de Ano Novo cai dentro desta época, e algumas congregações Metodistas Unidas realizam serviços de Noite de Vigília para se rededicarem a Deus. No dia 1 de Janeiro, muitos observam a Festa do Santo Nome de Jesus, recordando o dia em que Jesus recebeu o seu nome, de acordo com a tradição judaica, oito dias após o seu nascimento (Lucas 2:21).
Epifania (dia Santo)
A Epifania, celebrada a 6 de Janeiro, conclui a quadra natalícia e inicia o primeiro período do Tempo Comum. A Epifania, palavra grega que significa "manifestação", comemora a revelação de Jesus ao mundo. Hoje em dia, a festa está mais associada à chegada dos Reis Magos (Mateus 2,1-12), embora historicamente também celebrasse o batismo de Jesus e o primeiro milagre nas Bodas de Caná. Todos estes acontecimentos são agrupados porque marcam diferentes ocasiões em que outras pessoas vêem quem é Jesus ou vêem o seu poder e divindade "manifestados".
Nalgumas culturas, a Epifania é assinalada com um jantar festivo de "Noite de Reis" ou com a confecção de um Bolo-Rei, dentro do qual se esconde um feijão ou uma bugiganga que simboliza Cristo. A pessoa que o encontrar pode ser coroada e convidada a acolher a celebração do ano seguinte. A bênção das casas é outra tradição comum nesta altura.
Tempo Comum depois da Epifania (época)
O Tempo Comum refere-se a dois períodos do calendário Cristão: as semanas entre a Epifania e a Quaresma e o período entre o Pentecostes e o Advento. O primeiro segmento decorre normalmente de meados de Janeiro a meados de Fevereiro ou início de Março. A cor litúrgica é o verde, que simboliza o crescimento, a vitalidade e o desenvolvimento espiritual. Embora seja chamado "ordinário", este tempo inclui celebrações significativas, como o Domingo do Batismo do Senhor (a semana a seguir à Epifania) e o Domingo da Transfiguração (o último domingo antes da Quaresma). Para mais informações sobre o tempo comum, veja este vídeo gratuito.
Quaresma (época)
A Quaresma começa com a Quarta-feira de Cinzas e estende-se por 40 dias (excluindo os Domingos) até à Páscoa. É um período de arrependimento, autoexame e preparação espiritual. A palavra "Quaresma" vem dum termo do Inglês antigo que significa "primavera", um tempo de plantação e preparação. Os Cristãos observam a Quaresma através da oração, do jejum, de atos de serviço e de culto. A cor da Quaresma é o roxo, embora as Igrejas usem o vermelho durante a Semana Santa para simbolizar o sacrifício de Cristo.
A época começa com as cerimónias da Quarta-feira de Cinzas, em que são impostas cinzas na testa em forma de cruz. As cinzas, um sinal de mortalidade e penitência, recordam aos Cristãos a sua necessidade da graça de Deus. A última semana da Quaresma é conhecida como Semana Santa e inclui o Domingo de Ramos, a Quinta-feira Santa e a Sexta-feira Santa, que comemoram a paixão e a morte de Jesus.
Domingo de Páscoa (dia santo)
A Páscoa é o dia mais significativo do ano Cristão, celebrando a ressurreição de Cristo de entre os mortos. É celebrado no primeiro Domingo após a primeira lua cheia a seguir ao equinócio vernal e determina as datas da Quaresma e do Pentecostes.
A Páscoa simboliza uma nova vida e a vitória sobre a morte. Os Metodistas Unidos celebram tipicamente a Ceia do Senhor, cantam hinos como "Crito, o Senhor Ressuscitou Hoje" de Charles Wesley e decoram os santuários com lírios da Páscoa. A cor branca é a mais associada à Páscoa.
Tempo Pascal (época)
O Tempo Pascal começa no Domingo de Páscoa e prolonga-se por 50 dias, terminando no Pentecostes. As cores da época são o branco e o dourado, que celebram a ressurreição, a realeza e a glória. Trata-se de um período alegre do ano eclesiástico, que contrasta com o espírito sombrio frequentemente associado à Quaresma.
É também uma óptima altura para a formação espiritual. Muitas Igrejas oferecem aulas de teologia ou de discipulado, e o Domingo da Confirmação - em que os jovens professam a sua fé publicamente e se tornam membros da Igreja - tem frequentemente lugar durante esta época. O tempo Pascal inclui também o Dia da Ascensão, que assinala o regresso de Jesus ao céu 40 dias após a sua ressurreição e que a maioria das Igrejas celebra no Domingo seguinte.
Domingo de Pentecostes (dia santo)
O Pentecostes, do grego "quinquagésimo", ocorre no oitavo Domingo depois da Páscoa. Celebra a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos, permitindo-lhes falar em várias línguas (Atos 2). O Pentecostes é frequentemente considerado como o nascimento da Igreja.
A cor litúrgica é o vermelho, que representa o fogo do Espírito. Tanto o clérigos como os leigos são encorajados a vestir-se de vermelho durante o culto. Enquanto a Páscoa está associada à primavera, o Pentecostes está ligado ao verão. O Pentecostes é uma altura para reafirmar a missão da Igreja de "fazer discípulos de todas as nações" (Mateus 28:19-20) e para celebrar a unidade na diversidade. Muitas Igrejas cantam canções ou oferecem orações em línguas diferentes.
Tempo Comum depois do Pentecostes (estação)
O último e mais longo tempo do ano Cristão estende-se do Pentecostes ao Advento, cobrindo a maior parte do verão e do outono. A sua cor é o verde, que simboliza novamente o crescimento e a vida.
Apesar do nome, esta estação é rica em atividade religiosa. As celebrações especiais incluem o Domingo da Trindade (primeiro Domingo após o Pentecostes), o Dia de Todos os Santos (1 de Novembro) e o Domingo de Cristo Rei (último Domingo antes do Advento). As Igrejas organizam frequentemente a Escola Bíblica de Férias, viagens missionárias para jovens e campos de férias durante este período.
Conclusão
O calendário litúrgico constitui um ponto de apoio para as Igrejas e os Pastores, orientando-os no culto, na pregação e no discipulado ao longo do ano. Ao seguirem o calendário litúrgico, os Cristãos vivem no tempo de Deus - kairos - em vez de estarem apenas presos aos ritmos, exigências e distrações do mundo. Liga as suas vidas à de Cristo e à da Igreja primitiva, convidando-os a uma relação mais profunda com Deus.
Este conteúdo foi produzido pela ResourceUMC em 9 de Maio de 2025. Philip J. Brooks é um escritor e desenvolvedor de conteúdos da Comunicações da Metodista Unida. Contacte-o por e-mail. Ezequiel Nhantumbo é Correspondente Lusófono em África- baseado em Maputo.